Parágrafo II
✨ O Pai
I. “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”
A fé cristã é essencialmente trinitária. Os cristãos são batizados “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19), professando assim sua fé na Trindade. A fórmula “em nome” (e não “nos nomes”) indica a unidade de Deus em três Pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
II. A Revelação de Deus como Trindade
O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. É o mistério de Deus em si mesmo, a fonte de todos os outros mistérios da fé e a luz que os ilumina. Toda a história da salvação é a história do caminho e dos meios pelos quais o Deus verdadeiro e único, Pai, Filho e Espírito Santo, se revela, reconcilia consigo e se une aos homens que se afastam do pecado.
Os Padres da Igreja distinguem entre “Theologia” (o mistério da vida íntima de Deus-Trindade) e “Oikonomia” (todas as obras de Deus pelas quais Ele se revela e comunica sua vida). É pela “Oikonomia” que nos é revelada a “Theologia”; mas, inversamente, é a “Theologia” que esclarece toda a “Oikonomia”. As obras de Deus revelam quem Ele é em si mesmo; e, inversamente, o mistério do seu Ser íntimo ilumina o entendimento de todas as suas obras.
III. A Formação do Dogma Trinitário
A fé apostólica relativa ao Espírito Santo foi confessada pelo segundo concílio ecumênico, reunido em Constantinopla em 381: “Cremos no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai”. A Igreja reconhece assim o Pai como “a fonte e a origem de toda a Divindade”. Contudo, a origem eterna do Espírito Santo não está desligada da do Filho: “O Espírito Santo, que é a terceira pessoa da Trindade, é Deus, uno e igual ao Pai e ao Filho, da mesma substância e também da mesma natureza… Contudo, não dizemos que Ele é somente o Espírito do Pai, mas, ao mesmo tempo, o Espírito do Pai e do Filho”.
A tradição latina do Credo confessa que o Espírito “procede do Pai e do Filho (Filioque)”. O Concílio de Florença, em 1438, explicita: “O Espírito Santo […] recebe sua essência e seu ser ao mesmo tempo do Pai e do Filho, e procede eternamente de um e do outro como de um só Princípio e por uma só espiração”.
IV. A Trindade na Vida Cristã
Pela graça do Batismo “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”, somos chamados a participar na vida da Trindade bem-aventurada; para já, na obscuridade da fé, e depois da morte na luz eterna.
A fé católica é esta: venerarmos um só Deus na Trindade e a Trindade na unidade, sem confundir as Pessoas nem dividir a substância: porque uma é a Pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas do Pai e do Filho e do Espírito Santo é só uma a divindade, igual a glória e coeterna a majestade.
Inseparáveis no que são, as pessoas divinas são também inseparáveis no que fazem. Mas, na operação divina única, cada uma manifesta o que Lhe é próprio na Trindade, sobretudo nas missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo.
Por Minha Fé Católica