Mateus 25,31-36

Introdução

A reflexão de Mateus 7,21-22 encontra um eco poderoso em Mateus 25,31-36, onde Jesus revela o julgamento final e reforça a conexão inseparável entre fé e obras:

“Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os seus anjos, sentar-se-á em seu trono glorioso. Todas as nações se reunirão diante dele, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. […] Porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; estava nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim” (Mt 25,31-36).

A Obra como Fruto da Fé

Assim como em Mateus 7, Jesus ensina em Mateus 25 que o critério para entrar no Reino dos Céus não é apenas a proclamação de fé, mas a vivência concreta dessa fé em atos de amor e misericórdia. Isso demonstra que fazer a vontade do Pai significa responder às necessidades do próximo, especialmente dos mais vulneráveis.

Mateus 25,31-36 descreve as obras de misericórdia — dar de comer, acolher, vestir, visitar — como sinais visíveis da fé autêntica. Essas ações não são meras formalidades, mas expressões da fé viva que transforma o coração e move a pessoa ao serviço.

A Prova da Fé no Juízo Final

Em Mateus 25, Jesus nos apresenta a cena do julgamento, onde Ele separa as ovelhas (os justos) dos cabritos (os ímpios). A diferença entre eles não está naquilo que disseram ou acreditaram, mas no que fizeram em resposta ao sofrimento e à necessidade humana. A salvação, aqui, é reconhecida naqueles que praticaram o amor ativo, mostrando que as obras são a prova da fé genuína.

Isso confirma o ensinamento de Mateus 7: “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor!’ entrará no Reino dos Céus”. Apenas aqueles que “fizeram a vontade do Pai”, demonstrada nas ações descritas em Mateus 25, são acolhidos no Reino.

Cristo no Próximo

Mateus 25 também revela um aspecto profundo da vida cristã: Jesus se identifica com os necessitados. Ao servir os famintos, sedentos, pobres e marginalizados, servimos ao próprio Cristo. Isso é um chamado para que nossa fé seja encarnada em gestos concretos de amor ao próximo.

Como Jesus diz:

“Em verdade vos digo: todas as vezes que fizestes isso a um destes meus pequeninos irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40).

Essa identificação de Cristo com os necessitados reforça que as obras não são apenas um complemento opcional da fé, mas parte essencial da vivência cristã.

Uma Fé Operante

Ambos os textos, Mateus 7 e Mateus 25, nos desafiam a refletir: nossa fé é viva e operante ou está limitada a palavras e crenças abstratas? A vida cristã exige coerência, e essa coerência se manifesta nas obras de amor, que dão testemunho de nossa fé.

No juízo final, não seremos perguntados apenas sobre o que acreditamos, mas sobre o que fizemos com essa crença. As obras são a evidência de que a fé foi genuína, pois quem acredita de fato em Cristo não pode deixar de amar e servir ao próximo.

Conclusão

Mateus 7,21-22 nos alerta que apenas dizer “Senhor, Senhor” não é suficiente, enquanto Mateus 25,31-36 nos mostra que o que realmente importa é a prática concreta da caridade, que é a expressão mais alta da fé cristã. Juntos, esses textos rejeitam a ideia de “sola fide” e nos ensinam que a salvação é fruto da graça de Deus que nos chama à fé, e essa fé se torna plena e eficaz através das obras de amor.

Que possamos viver nossa fé de maneira coerente, reconhecendo Cristo no próximo e respondendo ao Seu amor com ações concretas de misericórdia. 🙏

Por Minha Fé Católica - 16/04/2025


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